terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Puxamos A Quem ?

“As duas mulheres com quem cruzei em minha caminhada falavam sobre a filha de uma delas: “Não sei a quem essa menina puxou”, disse uma, acrescentando: “Ninguém na família é assim, nem do meu lado e nem do pai dela.”
E por que teremos sempre que puxar a alguém? Quase me atrevi a lhe perguntar. Deixa pra lá! Com certeza, ali estava uma mãe angustiada por não conseguir passar à filha os valores por ela cultivados.
Mas no fundo, a maioria das pessoas crê mesmo é que o bem e o mal, o comportamento correto ou errado são coisas que se transmitem pelo sangue: “Ele tem sangue ruim”, às vezes se ouve, atribuindo-se a maldade de certas pessoas à herança de seus antepassados. Não é assim.
À sua volta, devem existir exemplos: pais corretíssimos, honestos, com filhos destrambelhados. Muitas vezes, se dá o contrário: pais irresponsáveis geram filhos que são modelos de dignidade e honradez.
O Espiritismo defende que nossas qualidades e defeitos são atributos da nossa alma. Afinal, não somos seres espirituais? E, se somos, qual a verdadeira identidade do espírito? Não está nele a própria consciência? Ou a consciência será mero produto cerebral, quem sabe um componente sanguíneo que nem os laboratórios detectam? Está aí a tese materialista. Incompatível com angustiantes realidades da vida, Como a daquela mulher que quer saber a quem a filha “puxou”. Puxou a ela própria, minha senhora. Somos herdeiros de nós mesmos. Ajude-a pelo exemplo. Um dia, ela vai assimilar.
A caminhada do espírito é longa e lenta.”

Milton Medran Moreira

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